quinta-feira, 25 de agosto de 2011

27DE AGOSTO,DIA DE SANTA MÔNICA / DIA 28 DE AGOSTO DIA DE SANTO AGOSTINHO - MÃE E FILHO SANTOS



Santa Mônica

Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 331, no seio de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres, que visitava com freqüência, levando o conforto por meio da Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.

Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento.

Tinha o talento particular de reunir as pessoas divididas. Depois que enviuvou, dedicou-se inteiramente às obras de piedade. Dava grandes esmolas, servia aos pobres, não faltava nenhum dia à oblação do santo altar, nem de vir duas vezes à igreja, na manhã e à tarde, para ouvir a palavra de Deus e fazer preces, em que consistia toda sua vida. Deus comunicava-se com ela por meio de visões e de revelações; ela sabia distingui-las dos sonhos e dos pensamentos naturais. Tal era Santa Mônica, na narração de Santo Agostinho.

Quando viu o filho envolvido nas peias da heresia dos maniqueus, afligiu-se mais do que se morto o visse, e não queria mais tomar as refeições com ele: mas foi consolada por um sonho. Viu-se sobre uma prancha de madeira e ao jovem homem resplandecente que lhe vinha ao encontro e lhe perguntava a causa de sua dor, respondeu que chorava a perda de seu filho. "Olhai, disse ele, ele está convosco!" Com efeito, ela o viu ao pé de si, na mesma prancha.

Contou o sonho a Agostinho, que lhe respondeu: "É que sereis o que sou agora". Mas ela replicou sem hesitar: "Não; porque não me disse?: Será o que ele é, mas ele irá para onde tu estás." Depois disto ela morou e tomou suas refeições com ele, como anteriormente.

Dirigiu-se a um santo bispo e solicitou-lhe que falasse ao filho. O bispo respondeu: "Ainda é demasiadamente indócil e demasiadamente imbuído desta heresia, que lhe é nova. Deixai-o, e contentai-vos em pedir por ele; ele verá, com leituras, qual é o erro. Eu, que vos falo, em minha infância, fui entregue aos maniqueus por minha mãe, que eles haviam seduzido; não somente li, mas transcrevi quase todos os seus livros, e, por mim mesmo, desenganei-me."

A mãe não se satisfez com estas palavras, e continuou a instar para que falasse ao seu filho. O bispo respondeu-lhe então com certo humor: "Ide, é impossível que o filho de tantas lágrimas pereça!" Isso ela recebeu como um oráculo do céu. Seu filho, todavia, permaneceu nove anos maniqueu, desde a idade de dezenove anos até os vinte e oito.


No ano 384, Agostinho veio a Milão ensinar retórica, e conheceu Santo Ambrósio, que o desiludiu paulatinamente do maniqueísmo. Resolveu definitivamente abandonar os maniqueus e permanecer na Igreja, na qualidade de catecúmeno, como dizia ele, na Igreja que os pais lhe haviam recomendado, isto é, na católica, até que a verdade se lhe revelasse mais claramente.

Santa Mônica veio da África encontrá-lo em Milão, com tão viva fé, que atravessando o mar, consolava os marinheiros, mesmo nos maiores perigos, pela certeza que Deus lhe havia que chegaria até seu filho.

Quando ele lhe disse que não era mais maniqueu, mas que ainda não era católico, ela não se surpreendeu; respondeu-lhe tranquilamente que estava certa de vê-lo fiel católico antes de deixar esta vida. Entrementes, continuava com as preces e atenta às prédicas de Santo Ambrósio, a quem amava como anjo de Deus, sabendo que havia levado seu filho a esse estado de dúvida, que deveria ser a crise de seu mal. Como tivesse o costume, na África, de levar às igrejas dos mártires pão, vinho e carnes, queria fazer o mesmo em Milão; mas o porteiro da igreja lhe impediu e lhe disse que o bispo o havia proibido. Ela obedeceu imediatamente, sem nenhum apego ao costume. Santo Ambrósio, de resto, havia abolido esses repastos nas igrejas, porque, em lugar dos antigos ágapes sóbrios e modestos, não ofereciam senão oportunidade para devassidão. Amava, por seu lado, Santa Mônica pela piedade e boas obras, e sempre felicitava Agostinho de ter mãe como aquela; porque toda sua vida fora virtuosa.

Santo Agostinho, após o batismo, tendo examinado em que lugar poderia servir a Deus mais utilmente, resolveu voltar para a África com a mãe, o filho, o irmão e um jovem chamado Evódio. Ele era também de Tagasta; sendo agente do imperador, converteu-se, recebeu o batismo antes de Santo Agostinho, e deixou o cargo para servir a Deus.

Quando chegaram a Óstia, descansaram do longo caminho que haviam feito desde Milão e se prepararam para o embarque.

Um dia, Santo Agostinho e sua mãe, debruçados ambos sobre uma janela que dava para o jardim da casa, entretinham-se com uma doçura extrema, esquecendo todo o passado e conduzindo o pensamento para o futuro. Buscavam saber qual seria a vida eterna dos santos. Elevaram-se acima de todos os prazeres dos sentidos; percorreram gradativamente todos os corpos, o próprio céu e os astros. Chegaram até as almas, e, passando por todas as criaturas, mesmo espirituais, alcançaram a sabedoria eterna, pela qual elas são, e que é sempre, sem diferença de tempo. Ali permaneceram um momento no auge da satisfação espiritual, e suspiraram contrafeitos ao serem obrigados a voltar ao ruído da voz, onde a palavra começa e acaba. Então a mãe lhe disse; "Meu filho, pelo que me diz respeito, já nenhum prazer me prende a esta vida. Não sei o que faço aqui, nem porque existo. O que me fazia ansiar aqui permanecer era ver-vos cristão católico antes de morrer. Deus concedeu-me mais; vejo-vos consagrado a seu serviço, após haverdes desprezado a felicidade terrena."


Aproximadamente cinco anos após, caiu doente com febre. Um dia perdeu os sentidos; ao voltar a si, encarou Agostinho e seu irmão Navígio, e lhes disse: "Onde estava eu?" Depois, vendo-os compungidos de dor, ajuntou: "Deixareis vossa mãe aqui." Navígio manifestou o desejo de que ela morresse de preferência no seu país. Mas ela encarou-o com olhar santo , como a repreendê-lo e disse a Agostinho: "Vê o que ele diz!" Enfim, dirigindo-se a ambos: Colocai este corpo onde vos aprouver; não vos inquieteis. Peço-vos somente que vos lembreis de mim no altar do Senhor, onde quer que estejais."

Morreu no nono dia da enfermidade, na idade de cinqüenta e seis anos, e no trigésimo-terceiro de Santo Agostinho; isto é, no mesmo ano de seu batismo, 387.

Assim que expirou, Agostinho fechou-lhe os olhos. O jovem Adeodato lançava gritos lancinantes; mas os circunstantes o fizeram calar, não vendo motivo algum para lágrimas nesta morte, e Agostinho conteve as suas, fazendo violência a si próprio.

Evódio tomou do Saltério e principiou a cantar o salmo centésimo: "Cantarei em tua honra, Senhor, a misericórdia e a justiça." Toda a casa respondia, e em poucos instantes se congregou grande número de pessoas piedosas de ambos os sexos. Levaram o corpo; ofereceu-se pela defunta o sacrifício de nossa redenção; fizeram-se as preces ao pé do sepulcro, segundo o costume, em presença do corpo, antes de enterrá-lo.

Santo Agostinho manteve os olhos enxutos durante toda a cerimônia; mas enfim, à noite, deixou correr livremente as lágrimas para aliviar a dor. Orou por sua mãe, como fazia ainda tempos após, descrevendo todas as circunstâncias que cercaram essa morte no primeiro livro de suas Confissões; pediu aos leitores que se lembrassem no santo altar, de Mônica, sua mãe, e de seu pai, Patrício.

SANTO AGOSTINHO


Chamava-se Aurélio Agostinho e viveu maior parte de sua vida em Tagaste, no norte da África. Herdou de sua mãe toda ternura e inclinação para a contemplação, mas, infelizmente, não deixou de possuir o temperamento forte de seu pai Patrício, entregando-se a uma vida pecaminosa.

Ainda jovem, ambicionando uma grande carreira, dirigiu-se a Cartago para estudar em famosas academias. Aos vinte anos interessou-se pelo maniqueísmo e adotou essa forma de pensamento para justificar sua vida moral cômoda e relativista. Nesse período, teve um filho chamado Adeodato.

Frustrado pelas desilusões, e apesar de estar “envolvido na escuridão da carne”, Agostinho sentiu-se impelido pela busca da verdade. E para atender essa aspiração, abandonou o maniqueísmo e aderiu ao neoplatonismo que, longe de possuir o que ele tanto buscava, consistia numa nova interpretação da doutrina de Platão, sob um prisma religioso.

Entretanto, sua virtuosa mãe, Santa Mônica, rezava e pedia a Deus pela conversão de seu filho. Tal era a sua preocupação pela salvação eterna dele, que aflita procurou um bispo, a fim de que este intercedesse pela conversão de Agostinho. Após inúmeras insistências, o bispo lhe diz: “Vá tranquila, pois é impossível que pereça um filho tão chorado”.

Ao inteirar-se da intenção de Agostinho de viajar para Roma, Santa Mônica correu ao porto a fim de acompanhá-lo. Porém, seu filho a enganou e partiu escondido naquela mesma noite.

Contudo, a Providência não o abandonou e, em Milão, ele conheceu o bispo Ambrósio. Devido à sua retórica, Agostinho passou a ir às missas celebradas por ele a fim de ouvir suas pregações que tanto o deliciavam. Sua admiração pelo prelado era tal, que Agostinho permanecia horas no seu gabinete, observando-o a preparar seus sermões. Assim, aos poucos, o exemplo e os ensinamentos de Santo Ambrósio foram penetrando em sua alma, transformando-o.

Enquanto isso, Santa Mônica não cessava de rezar e chorar pela alma de seu filho, pedindo a Deus pela sua conversão e foi reconfortada por um sonho:

Viu-se num bosque, chorando pela perda espiritual de seu filho, quando se aproximou dela um personagem luminoso e resplandescente, que lhe disse: “ Teu filho voltará para ti”.Este sonho,reforçando em seu espírito as confortadoras palavras do bispo, deu-lhe grande ânimo na luta sem tréguas pela conversão do filho”.

Desejosa de encontrar seu filho, partiu para Roma. Quando lá chegou, soube que Agostinho abandonara a filosofia dos maniqueus. Confiante, Santa Mônica pressentiu que sua total conversão estava próxima.

Entretanto, “ o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 14,38). Agostinho não tinha forças suficientes para abandonar os vícios aos quais se entregara e não cessava de exclamar: “E tu Senhor, até quando? Até quando continuarás irritado? Não te lembres de nossas culpas passadas! Por quanto tempo, por quanto tempo direi ainda: amanhã, amanhã? Por que não agora? Por que não pôr fim agora à minha indignidade?”

Assim, ainda indeciso sobre qual rumo tomar em sua vida, se deveria ou não se entregar totalmente à fé cristã, a Providência interveio, enviando-lhe as graças necessárias para dar os passos em vista a sua completa conversão. Estando no jardim de sua casa, de repente, ouviu cânticos de criança que diziam: “toma e lê, toma e lê”. Julgando ser um sinal divino, pegou o livro das Epístolas de São Paulo e abriu-o e leu: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne” (Rm 13, 13). Não foi necessário continuar a ler… Neste momento sentiu uma luz penetrar em todas as trevas e dúvidas do seu coração.

Convertido e exultante, foi anunciar à sua mãe o fato ocorrido, deixando-a radiante de alegria como menciona em seu livro “Confissões” (VIII-12):

“Ela rejubila. Contamos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-Vos, senhor, que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos. Bendizia-Vos porque via que, em mim, lhe tínheis concedido muito mais do que ela costumava pedir, com tristes e lastimosos gemidos”.


Agostinho fez um retiro e foi batizado por Santo Ambrósio. Em um arroubo de fervor, “segundo a tradição, terminada a cerimônia do Batismo, Santo Ambrósio exclamou: ‘Te Deum laudamus!’ e Santo Agostinho acrescentou: ‘Te Dominum confitemur!’; e assim, alternando suas frases um e outro, entre os dois improvisaram naquela ocasião os conceitos e palavras que compõem o cântico litúrgico do ‘Te Deum’”.



Logo após ser batizado, Agostinho decidiu voltar a Tagaste com sua mãe. Ao chegar em Óstia, devido ao mau tempo, não puderam embarcar logo. Neste dia, entraram em êxtase durante um colóquio sobrenatural e, no fim deste, Mônica revelou a Agostinho que não mais possuía desejo de viver.

“Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não sei o que estou fazendo ainda aqui, nem porque ainda estou aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo desejava prolongar minha vida nesta terra: ver-te católico antes de eu morrer“.

Poucos dias após esse episódio, Santa Mônica adoeceu gravemente e faleceu antes de regressar a Tagaste.

Santo Agostinho, determinado a levar uma vida cristã, voltou à sua terra natal onde fez penitência e pôs-se a escrever livros e transmitir seus conhecimentos a outros. Sua reputação espalhou-se rapidamente e, em pouco tempo, fizeram-lhe bispo de Hipona.

Um pouco antes de sua morte, pediu que escrevessem na parede de sua cela, em tamanho grande, os sete salmos penitenciais, os quais recitava todos os dias em seu leito com muita lucidez. Entrou para a morada celeste aos 77 anos.

Assim, deu-se a conversão de uma alma que, após uma vida devassa, atingiu a mais excelsa virtude, entregando-se com tal radicalidade às vias da perfeição, que se tornou uma das maiores riquezas da Igreja com seus escritos e ensinamentos.

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