segunda-feira, 15 de agosto de 2011

15 DE AGOSTO ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA AO CÉU E O SANTO CINTO DE NOSSA SENHORA



RETRATO DE NOSSA SENHORA ASSUNTA AO CÉU, ENTREGANDO SEU SANTO CINTO PARA SÃO TOMÉ


“Mística Cidade de Deus”

...Cristo apresenta a alma de Maria no céu

Entrou no CÉU empíreo nosso Redentor Jesus, conduzindo á sua direita a alma puríssima de sua Mãe. Só Ela, entre todos os mortais, não teve matéria para o juízo particular, nem se lhe pediu contas. Assim lhe foi concedido, quando a fizeram isenta da culpa comum, eleita Rainha dispensada das leis a que estão sujeitos os filhos de Adão. Pela mesma razão, no juízo universal não será julgada como os outros, mas virá á direita de seu Filho santíssimo, participando no julgamento de todas as criaturas.

No primeiro instante de sua Conceição, foi aurora claríssima e refulgente, retocada com os raios do sol da Divindade, acima das luzes dos mais ardentes serafins. Depois, elevou-se até tocar a própria Divindade, ao se tornar Mãe do Verbo encarnado, Cristo. Era, portanto, conseqüente, que por toda a eternidade fosse sua companheira, com a maior semelhança possível entre Filho e Mãe; Ele Deus e Homem, e Ela pura criatura.
Com este titulo, o Redentor apresentou-a ante o trono da Divindade. Em presença de todos os bem-aventurados, atentos a esta maravilha, a Humanidade santíssima disse ao eterno Pai:

Meu eterno Pai, minha Mãe amantíssima, vossa Filha querida e Esposa mimoseada do Espírito Santo, vem receber a posse da coroa e glória que lhe preparamos, como recompensa de seus méritos. Nasceu entre os filhos de Adão, como rosa entre espinhos, intacta, pura e formosa, digna de que a recebamos em nossas mãos e no lugar onde não chegou nenhuma de nossas criaturas, nem podem chegar os concebidos em pecado.
É nossa escolhida, única e singular, a quem demos graça e participação em nossas perfeições, ultrapassando a norma comum ás outras criaturas; nela depositamos os tesouros e dons de nossa incompreensível divindade, e ela, com a máxima fidelidade, os guardou e fez lucrar os talentos que lhe demos; nunca se afastou de nossa vontade, achou graça (Lc 1, 30) e complacência a nossos olhos.

Meu Pai, retíssimo é o tribunal de vossa misericórdia e justiça, e nele se pagam os serviços de nossos amigos, com superabundante recompensa. Justo é que á minha Mãe se de o premio de Mãe; e se em toda sua vida e obras foi semelhante a Mim, no grau possível á pura criatura, também o há de ser na glória; tenha lugar no trono de nossa Majestade para que, onde está a santidade por essência, esteja também a máxima santidade por participação.


A glória da alma de Maria


Este decreto do Verbo humanado foi aprovado pelo Pai e o Espírito Santo. A alma santíssima de Maria foi elevada á destra de seu Filho e Deus verdadeiro e colocada no mesmo trono real da santíssima Trindade, onde nem homens, nem anjos, nem serafins chegaram, ou chegarão jamais, por toda a eternidade.

Esta é a mais alta e excelente preeminência de nossa Rainha e Senhora: estar no mesmo trono das divinas Pessoas, e ter lugar de Imperatriz, quando os demais o tem de servos e ministros do sumo Rei. A eminência e majestade daquele lugar, inacessível para todas as demais criaturas, correspondem em Maria santíssima os dotes da glória: compreensão, visão e fruição. Daquele objeto infinito que, em inumeráveis e diferentes graus, gozam os bem-aventurados, Ela goza acima e mais do que todos. Conhece, penetra, entende muito mais sobre o ser divino e seus atributos, do que todo o resto dos bem-aventurados.

Entre a glória das divinas Pessoas e a de Maria santíssima há distancia infinita, porque a luz da Divindade, como diz o Apóstolo (1 Tm 6, 16), é inacessível e só ela habita a imortalidade e glória por essência.

A alma santíssima de Cristo também excede, sem medida, aos dotes de sua Mãe. Não obstante, comparada a glória dos santos, a desta Rainha ultrapassa a de todos de modo inatingível, tendo com a de Cristo uma semelhança impossível de se explicar e entender nesta vida.

Complacência divina por Maria

Tampouco se pode reduzir a palavras o gozo que os bem-aventurados receberam neste dia, cantando novos louvores ao Onipotente e á glória de sua Filha, Mãe e Esposa, em quem eram glorificadas as suas obras.

Ainda que Deus não pode receber nova glória interior, porque a teve e tem completa, imutável e infinita desde sua eternidade, neste dia foram maiores as demonstrações exteriores de seu agrado e complacência, no cumprimento de seus eternos decretos.
Do trono real, como da pessoa do Pai, saia urna voz a dizer: Na glória de nossa dileta e amantíssima Filha, cumpriram-se nossos desejos e santa vontade, com plenitude de nossa complacência. A todas as criaturas demos o ser que elas tem, criando-as do nada, para serem participantes de nossos bens e tesouros infinitos, conforme á inclinação de nossa bondade imensa.

Este beneficio foi frustrado por aqueles que criamos com capacidade para nossa graça e glória. Só nossa querida Filha não teve parte na desobediência e prevaricação dos outros, e mereceu o que os indignos filhos da perdição desprezaram. Nosso coração não foi decepcionado por Ela em nenhum momento.

A Ela pertencem os prêmios que, por nossa vontade condicional, tínhamos preparado para os anjos desobedientes e para os homens que os imitaram, se todos tivessem cooperado com nossa graça e chamado. Ela compensou este desacato, com sua obediência e submissão. Agradou-nos, plenamente, em todos seus atos e mereceu o lugar no trono de nossa Majestade.


Assunção de Maria ao céu

A procissão dos anjos e santos entrou no céu. No fim dela, vinham Cristo, nosso Salvador tendo á direita a Rainha vestida de ouro, como diz David (SI 44, 10), e tão formosa, que foi a admiração da corte celeste. Todos se voltaram para contemplá-la e bendizê-la com jubilosos cânticos de louvor.

Ali se ouviram aqueles misteriosos elogios escritos por Salomão: Sai, filha de Sião, para ver vossa Rainha, a quem louvam as estrelas matutinas e festejam os filhos do Altíssimo.

Quem é esta que sobe do deserto, qual urna névoa de perfumes (Ct 3, 6)? Quem é esta que se levanta como a aurora, mais formosa que a lua, escolhida como o sol e terrível como muitos esquadrões perfilados (Ct 6, 9)? Quem é esta que sobe do deserto, apoiada a seu dileto, transbordando delicias (Ct 8, 5)?

Quem é esta, em quem a Divindade encontrou mais complacência do que em todas as criaturas, e a eleva, acima de todas, ao trono de sua inacessível luz e majestade? Oh! maravilha nunca vista nestes céus! Oh! novidade digna da infinita sabedoria! Oh! prodígio desta onipotência que assim a exaltas e engrandeces!

Maria recebida pela Santíssima Trindade

Com esta glória, chegou Maria santíssima, em corpo e alma, ao trono real da santíssima Trindade, onde foi recebida pelas três divinas Pessoas, em amplexo indissolúvel.

O eterno Pai lhe disse: Sobe mais alto que todas as criaturas, minha escolhida, minha filha e minha pomba.

O Verbo humanado: Minha Mãe, de quem recebi a natureza humana e o retorno de minhas obras que perfeitamente imitaste, recebe agora de minha mão a recompensa que mereceste.

O Espírito Santo: Minha amantíssima Esposa, entra no gozo eterno correspondente a teu fidelíssimo amor, e goza sem receios, pois já passou o inverno do padecer (Ct 2, 11) e chegaste á posse eterna de nossos abraços.
Ali ficou Maria Santíssima absorta entre as divinas Pessoas, mergulhada naquele pélago interminável e abissal da Divindade, enquanto os santos enchiam-se de admiração e novo gozo acidental...

FONTE:
Livro: “Mística Cidade de Deus” – Maria de Agreda - Espanha Século XVII
Quarto Tomo - páginas: 393 a 397 - Capítulo 21

O CINTO DE NOSSA SENHORA





Em Prato na Itália está uma das relíquias mais tocantes de Mãe de Deus.
É bem conhecida a história de São Tomé, um dos doze Apóstolos, que por estar ausente quando Nosso Senhor apareceu a eles, após a Ressurreição, não quis nela acreditar, apesar do testemunho de seus companheiros. Só oito dias mais tarde, quando Jesus lhes apareceu novamente, Tomé pôde constatar a verdade, colocando seus dedos nas Santas Chagas do Salvador. Aí, sim, acreditou.

Passaram-se os anos e Tomé tornou-se um dos Apóstolos mais intrépidos, levando o Evangelho até os confins da Pérsia e Índia. Segundo a bela tradição que chegou até nós, encontrava-se ele numa dessas longínquas regiões quando recebeu um recado de São Pedro, de que retornasse sem demora a Jerusalém, pois Maria, a Mãe do Senhor, iria deixá-los e desejava antes se despedir de todos. Empreendeu Tomé a sua volta e mais uma vez chegou atrasado. A Mãe de Deus já havia subido aos céus.

São Tomé, mais uma vez levado pelo ceticismo, relutou em acreditar na Assunção da Santíssima Virgem e pediu a São Pedro que abrisse o sepulcro, para poder comprovar com os seus próprios olhos o ocorrido. Atendido o seu pedido, constatou que no túmulo vazio encontravam-se apenas muitos lírios e rosas. Nesse mesmo momento, ao levantar suas vistas aos céus, Tomé viu Nossa Senhora na Glória, que, sorridente, desatou o cinto e lançou-o em suas mãos, com símbolo de maternal bênção e proteção.

Este cinto é a relíquia que se venera na Catedral de Prato. Um habitante da cidade de Prato, que esteve na Terra Santa, levou o cinto para Jerusalém em 1141. No começo ninguém deu muita importância àquela relíquia de autenticidade não comprovada. Mas em 1173 a Providência valeu-se de um fato extraordinário para que todos a reconhecessem como verdadeira:

No dia de Santo Estevão, o padroeiro da cidade, era costume colocarem-se todas as relíquias em cima do altar para com elas abençoar os doentes e endemoniados.

Na ocasião, foi exposta também a caixa contendo o cinto de Nossa Senhora. Aproximaram então uma possessa que, no momento em que tocou a caixa começou a afirmar com insistência que esse cinto era da Santíssima Virgem, e no mesmo instante viu-se liberada de seu mal.

Iniciou-se então o culto publico à sagrada relíquia. O próprio São Francisco de Assis, em 1212, esteve com seus primeiros frades em Prato para venerá-la.
A relíquia é exposta à veneração pública cinco vezes ao ano. Nessas ocasiões, ela é colocada no púlpito externo, à direita da Catedral, defronte à bonita praça medieval da cidade. Essa devoção faz com que Prato seja até hoje um dos lugares de peregrinação mariana mais freqüentados da Itália.

Peregrinemos em espírito até à “Capella del Sacro Cingolo” e peçamos especiais graças a Maria Santíssima. Ela, mãe de misericórdia quis mostrar a São Tome e a todos nós que, mesmo sendo teimosos em acreditar, e ainda que estejamos imersos em nossas misérias, Ela sempre estará disposta a fazer milagres portentosos para nos confirmar na Fé e atar-nos a Ela com seu Cinto, protegendo-nos com sua maternal ternura.




“Capella del Sacro Cingolo”





CATEDRAL DE PRATO/ITÁLIA,ONDE SE ENCONTRA O CINTO DE NOSSA SENHORA




IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO CINTO



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