segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DIA 24 DE OUTUBRO - DIA DE SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET.


Fundador dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria

Antônio Claret nasceu na Catalunha, Espanha, a 23 de dezembro de 1807, quando Napoleão I, invadindo aquele país, ia atirá-lo a um longo período de crises, em que o catolicismo sofreria rudes golpes. Antônio Claret, então, seria um dos mais ativos defensores da fé.

Quinto filho dos onze que João Claret e Josefina Clara tiveram, Antônio foi menino que deixou, precocemente, ver a piedade que sempre lhe foi característica. Tendo começado os estudos de latim com o cura, o pai, vendo-o entusiasmado, enviou-o, depois dos dezesseis anos, para Barcelona, para maiores vôos.

Desejoso de vida cada vez mais perfeita, porque vivia modesta e castamente, fugindo do bulício e dos companheiros ruidosos, pensou Antônio em procurar os cartuxos. Antes, porém, buscou o conselho dos mais velhos, experimentados, piedosos e sensatos, que o inclinaram para o seminário de Vich, na diocese em que nascera.

No seminário, ficou conhecendo Tiago Balmes, aquele Tiago que, embora vivendo tão pouco nesta terra, ensaiaria a renovação do pensamento cristão na Espanha.

Antônio Claret foi seminarista perfeito. Tonsurado a 2 de fevereiro de 1832, a 20 de dezembro de 1834 era subdiácono. Padre a 13 de junho de 1835, pela festa de Santo Antônio de Pádua, justamente quando se iniciava a guerra carlista, imediatamente foi feito vigário, depois ecônomo da paróquia natal. Ali exerceu o ministério e terminou os estudos teológicos.

Em 1839, viajou para Roma, a fim de, certo de sua verdadeira vocação, pôr-se à disposição da Congregação da Propaganda, para trabalhar nas missões. O cardeal prefeito, porém, estava ausente, de modo que foi seguir os Exercícios entre os jesuítas, atendendo-se a uma sua proposição.

Uma chaga que lhe surgiu na perna obrigou-o a tornar à Espanha. Então, pelo bispo de Vich, foi nomeado cura de Viladrau.

Pregando com ardor, Antônio Claret trazia em suspenso todo o auditório, desde o mais refinado até o mais modesto. Para completar as instruções orais, começou a escrever - e escreveu, pela vida a fora, mais de cento e cinqüenta livros. O seu Camino recto y seguro para llegar al Cielo apareceu em 1843.

Antônio Claret não procurou expor uma doutrina original: seu objetivo era apresentar o Evangelho ao povo, insistindo sobre as grandes verdades e mostrando a afeição e a estima do dever do estado. Recomendava os exercícios de piedade clássicos, atribuindo grande importância à devoção à Santa Mãe de Deus.

Pregando todos os dias, incansavelmente, a viajar, a pé, em busca dos mais longínquos sítios, ouvindo confissões à noite, piedoso, caridoso, sempre solícito e pronto para aliviar o pesado fardo dos homens, logo começaram a correr novas sobre milagres que teria operado. Dizia-se, insistentemente, que Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima, lhe apareceram, duma feita.

Naqueles tristes tempos, um homem assim era perigoso para os que procuravam valer-se da ignorância das gentes. Perseguido, achou-se muitíssimo exposto e, pois, transferiu-se para as Canárias. Ali, por quinze anos, Antônio pregou e pregou sem cessar.

De volta à Espanha, em 1849, lançou as bases da Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria.

Uma surpresa o esperava: o Papa Pio IX, a uma solicitação da rainha Isabel II, nomeou-o arcebispo de Santiago de Cuba, a 4 de agosto de 1849.

Sagrado aos 6 de Outubro do ano seguinte, partiu para o novo posto a 28 de dezembro, chegando ao destino a 18 de fevereiro de 1851. Juntara, então, ao nome, o de Maria.

A diocese não era nada edificante. Os padres eram poucos, viviam sem recursos e, o que era pior, tinham muito pouca instrução, O novo prelado logo organizou sessões de estudo no seminário e, para elevar o nível de vida daqueles sacerdotes, reduziu ao mínimo os gastos do arcebispado.

Santo Antônio Maria Claret pregou a quaresma em Santiago e, em seguida, pôs-se a visitar a diocese, vasta diocese a sua. Um ano e meio depois, havia distribuído noventa e sete mil duzentos e dezessete livros, oitenta e três mil e quinhentas imagens, vinte mil e seiscentos terços e oito mil e trezentas medalhas. Em seis anos, havia pronunciado onze mil sermões, regularizou a situação de cerca de trinta casais mal casados e confirmou trezentas mil pessoas.

Sem saber o que era cansaço, ignorando incidentes de viagem, que fazia a pé ou a cavalo, comendo o que podia encontrar pelo caminho, transpondo rios mansos ou perigosos, debaixo de sol ou de chuva, pelas noites frias ou cheias de assaltantes, destemidamente enfrentando gente atacada de cólera ou adversários do catolicismo, impávido, sereno, sem se queixar, calmo e doce, lá ia ele sempre para frente, para onde mais falta fazia aos filhos de Deus.

Novamente a ser empecilho para os que vivem afastados da lei de Deus, reconciliando esposos perversamente separados, pregando a verdade que era funesta para funestos planos, grangeou Santo Antônio Maria Claret uma chusma de inimigos. Nada menos de quinze atentados, sofreu o bravo arcebispo sem medo.

Uma noite, saindo da igreja, avançaram para ele de punhal. Vibraram-lhe tal golpe, que lhe abriram a face, no lado esquerdo, feíssima ferida, da qual, todos pensaram, viria morrer. Curou-se, porém, num instante, e aquela rápida cura foi tida como miraculosa.

A 18 de março de 1857, a rainha Isabel chamava-o para a Espanha. Certo de que iria ser repreendido pela ação apostólica que vinha desenvolvendo à custa de sacrifícios, mesmo a expor a vida, apresentou-se à soberana assim que chegou no Velho Mundo, a 26 de Maio. E a rainha, que outra coisa não queria senão fazê-lo seu confessor, prendeu-o, malgrado seu, na Espanha. Nomeado arcebispo de Trajanópolis, continuou a administrar Cuba e, pouco tempo depois, também Madri.

Muito influente no país, fez com que se designassem bons bispos, organizou centros de estudos eclesiásticos e, tendo lutado para que a corte se tornasse ,menos frívola, combatendo a indecência - formou novos inimigos, numerosos inimigos. Criticado, mostrado ridiculamente em romances, canções, comédias e caricaturas, Antônio Claret, com a sua santidade e amor de Deus, passava por cima de tudo, sem se apoquentar, sem se exaltar, porque combatia o bom combate.

Em 1868, a revolução expulsou a rainha do trono. Refugiada em Paris, o confessor acompanhou-a. E quando Isabel perdeu todos os amigos, porque certas reviravoltas da vida levam os amigos a debandar, o bom arcebispo manteve-se, com uns poucos, ao seu lado, chegando mesmo a ser preceptor dos principezinhos.

Entrementes, paulatinamente, a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria ia-se desenvolvendo. Em 1866, as constituições tinham sido aprovadas em Roma. Batalhando em Paris por aquilo que devia batalhar, ocupando-se da colônia espanhola, Antônio Claret desenvolveu-se a sua atividade, como sempre, incansavelmente. Sentindo-se doente e sem vigor, foi reduzindo, insensivelmente, o labor, que era contínuo.

A 30 de Março de 1869, partiu para Roma. Recebido pelo Papa, trabalhou, embora depauperado e mais doente ainda, pelo concílio do Vaticano, nos preparativos do conclave. O verão de Roma, porém, abalou-o. Sofreu, então, um ataque de congestão.

Levado a repousar, recuperou um pouco o vigor de outrora, e pode pregar num seminário, onde presidiu a distribuição de prêmios aos jovens que mais se salientaram na casa. Foi a última oração que proferiu em público.

Sempre perseguido pelos inimigos destes, Deus o livrou até o último instante. Falecido aos 24 de Outubro de 1870, com sessenta e três anos de idade, teve o corpo sepultado no cemitério dos monges de Frontefria, depois transferido para a terra natal, em 1897.

Beatificado a 25 de fevereiro de 1934, Antônio Maria Claret e Clara foi canonizado a 7 de maio de 1950.

A Congregação recebeu a confirmação dos seus privilégios no ano de 1924, tendo os seus membros adotado o nome de Claretianos.

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