Santa Isabel de Portugal nasceu em 11 de fevereiro de 1270, em Saragoça; era filha de Pedro III, rei de Aragão. Recebeu seu nome em homenagem à sua tia, Santa Isabel da Hungria, canonizada anos antes, e de quem se esperava que Isabel herdasse a bondade e a santidade. Com 12 anos se casou com o Rei Dinis, de Portugal.
Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.
Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro.
Ela nunca se manifestava sobre a situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos.
Educada em família religiosa, Rainha Isabel observava com rigor os jejuns recomendados pela Igreja e, durante a Semana Santa, fazia obras de extrema piedade e devoção. Colaborou para implantar em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Conceição, a quem recorreu pedindo auxílio para impedir uma guerra civil, liderada por seu filho Afonso, em rebelião aberta contra o pai.
Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes, e sobretudo do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável.
Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. Ao mesmo tempo que ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.
Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.
É muito conhecida ,pelo milagre das Rosas, narrado no vídeo abaixo:
Quando o marido(já convertido) morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.
A rainha santa, já aos 66 anos de idade e com a saúde melindrosa partiu em viagem para Estremoz no Alentejo. Seu objetivo era restabelecer a paz entre seu filho D. Afonso IV e seu neto D.Afonso XI que tinham se tornado inimigos.
O calor era extraordinário, a viagem longa e incômoda. A viagem fez-se apressadamente, e sob os raios de um sol abrasador.
Ao chegar em Estremoz, achava-se doente com uma pústola no braço e febre alta.
No dia 1º de julho, que era segunda-feira, não pode ir à Missa, como costumava. Esse fato começou a alarmar os espíritos, denunciando a gravidade do incômodo. Chamados porém, os médicos, erraram o diagnóstico, e declararam a moléstia pouco importante.
Na madrugada de quinta-feira imediata, quatro do mês de Julho, a rainha santa declarou que queria receber os últimos sacramentos. Confessou-se debulhada em lágrimas, e em seguida ouviu Missa, celebrada na sua câmara.
Ao chegar a ocasião de comungar, levantou-se, veio ajoelhar-se junto ao altar e aí recebeu o Santíssimo Sacramento.
Na tarde desse mesmo dia, achando-se rodeada das pessoas de sua casa, que mais caras lhes eram, falou de seus netos ausentes, fez várias recomendações, deu conselhos, mantendo-se em seu perfeito juízo.
Quando vê que sua hora é chegada, e, erguendo o pensamento à Virgem Mãe de Deus, encarrega à sua proteção maternal , dizendo: “ Maria, Mãe da graça, Mãe de misericórdia: protegei-me contra o inimigo, e recebei-me à hora da morte”.
Recita o Símbolo da nossa fé: Creio em Deus Pai todo poderoso. Também lhe ouvem rezar o Pai Nosso e outras orações até que por fim apenas se nota o movimento dos lábios, não se ouvindo as palavras.
Os olhos fecham por si; a boca, levemente entreaberta, exala um doce suspiro.
Eis a feliz morte do justo. É assim que adormece no ósculo do Senhor quem passou por este mundo trilhando sempre o caminho da justiça, as veredas fecundíssimas da caridade.
Bem aventurados os que morrem no Senhor.
Ouçamos as palavras do grande doutor Santo Agostinho que tão admiravelmente se acomodam à nossa protetora celeste:
“Aqui , durante a peregrinação terrestre, por toda parte encontrava desgraçados a quem socorrer, e a miséria deles despertava a sua compaixão, fazendo-a sofrer também. Quanto mais feliz não é agora no céu, onde já não encontra famintos a quem alimente, peregrinos a quem hospede, onde não há nus para vestir, enfermos para visitar e socorrer, ou inimigos para reconciliar.
Ali, onde agora se acha, todos os bens são ilimitados, verdadeiros, santos, eternos.
O pão que se come no céu é a justiça, a bebida que lá se encontra é a sabedoria, o vestido que envolve todos o santos é a imortalidade. Nenhuma doença os flagela, nenhum cansaço os oprime: lá não há mortes nem contendas; ali nem entram inimigos, nem se perdem amigos”.
Foi beatificada pelo Papa Leão X e em 1625 foi canonizada pelo Papa Urbano VIII.
Por ordem do bispo D. Afonso de Castelo Branco abriu-se o túmulo real, verificando-se que o corpo da saudosa Rainha estava incorrupto. A canonização solene teve lugar em 1625. Quando esta notícia chegou à cidade realizaram-se grandes festejos que se prolongam até aos nossos dias.
OBSERVAÇÃO PESSOAL: NO ANO DE 2006, ESTIVE VISITANDO PARENTES EM COIMBRA/PORTUGAL; E TIVE A FELICIDADE DE PODER VISITAR O TÚMULO ONDE SE ENCONTRA O CORPO INCORRUPTO DA RAINHA SANTA ISABEL.FIQUEI EXTREMAMENTE EMOCIONADA!!!
É UM LUGAR MÍSTICO REALMENTE, ONDE SE SENTE A PRESENÇA DELA E UMA PAZ MUITO GRANDE!!!!
ALIÁS, O POVO PORTUGUÊS,FALA DELA COM MUITO CARINHO E DEVOÇÃO.
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