quarta-feira, 6 de julho de 2011

11 DE JULHO DIA DE SÃO BENTO

As informações sobre a vida de Bento nos foram transmitidas pelo seu biógrafo e contemporâneo, papa são Gregório Magno. No livro que enaltece o seu exemplo de santidade de vida, ele não registrou as datas de nascimento e morte. Assim, apenas recebemos da tradição cristã o relato de que Bento viveu entre os anos de 480 e 547.

Bento nasceu na cidade de Nórcia, província de Perugia, na Itália. Pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo.

Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços.

Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro.

Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante.

As regras rígidas não poderiam ser mais simples: "Ora e trabalha". Acrescentando-se a esse lema "leia", pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser "não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador".

A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa.

Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de "Pai do Monaquismo Ocidental", que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados "beneditinos". Além disto, são Bento foi declarado patrono principal de toda a Europa pelo papa Paulo VI, em 1964, também com justa razão.




A história da medalha de São Bento

São Bento usava com freqüência o sinal da cruz. Utilizava como forma de proteção, salvação e afirmação da vida e obra de Jesus. Fato é o episódio em que o cálice envenenado quebra-se ao ser feito o sinal da cruz sobre ele. O sinal da cruz era recomendado por ele a todos que estivessem passando por alguma aflição ou tentação maligna. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever.
No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, algumas mulheres acusadas de bruxaria afirmaram não ter conseguido sucesso em atingir o mosteiro beneditino de Metten. Ao ser investigado o fato, constatou-se que em seu interior estavam marcadas as paredes com diversas cruzes com algumas siglas misteriosas. Após alguns anos e mais pesquisas em bibliotecas e somente no século XX o mistério foi desvendado.



Eius in obitu nostro presentia muniamur. “Que a hora de nossa morte, nos proteja Tua presença”.

Nas medalhas atuais, freqüentemente desaparece a frase que é substituída por esta: Crux Sancti Patris Benedicti, ou todavia, mais simplesmente, pela inscrição: Sanctus Benedictus.

Explicação do reverso



Em cada um dos quatro lados da cruz:
C. S. P. B. Crux Sancti Patris Benedicti.
Cruz do Santo Pai Bento
Na vertical da cruz:
C. S. S. M. L.
Crux Sacra Sit Mihi Lux.
Que a Santa Cruz seja minha luz
Na horizontal da cruz:
N. D. S. M. D. Non Draco Sit Mihi Dux.
Que o demônio não seja o meu guia
Começando pela parte superior, no sentido do relógio:
V. R. S.
Vade Retro Satana.
Afasta-te Satanás



N. S. M. V.

Nunquam Suade Mihi Vana.
Não me aconselhes coisas vãs

S. M. Q. L.
Sunt Mala Quae Libas.
É mau o que me ofereces

I. V. B.
Ipse Venena Bibas.
Bebe tu mesmo teu veneno

E a palavra PAX (PAZ) e nas mais antigas IESUS

A Oração de São Bento

A Cruz sagrada seja minha Luz Crux Sacra Sit Mihi Lux
Não seja o Dragão meu guia Non Draco Sit Mihi Dux
Retira-te Satanás Vade Retro Sátana
Nunca me aconselhes coisas vãs Nunquam Suade Mihi Vana
É mal o que tu me ofereces Sunt Mala Quae Libas
Bebe tu mesmo do teu veneno Ipse Venena Bibas

Rogai por nós bem aventurado São Bento
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

Um comentário:

  1. Muito esclarecedor. E a oração é maravilhosa. Muito forte e muito poderosa.

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